Que enjoo de dia...

O Dia dos Namorados é, sem qualquer dúvida, uma comemoração muito foleira e simplória, na minha opinião, principalmente quando é feita entre adultos.

E não vou entrar aqui por teorias de que o Dia de Namorados devia ser todos os dias e que o 14 de Fevereiro é um dia altamente consumista, porque isso já todos sabemos.

Vou apenas relembrar a altura da minha vida em que este dia tinha mesmo piada. E essa altura foi na minha infância/adolescência.

Era girissimo, quando ao fim da manhã, o grupo do Inglês vinha distribuir as cartas que se tinham recolhido num mega caixote, todo pomposo, e que agora chegavam finalmente ao destinatário. Eu nunca escrevi uma única....

Era sempre no intervalo grande da manhã. Chegavam as minhas amigas:

Xanusca, Xanusca, estão aqui as tuas cartas. (Isto porque eu já não tinha inglês nessa altura com elas)

E eu, sempre muito distante e indiferente lá gozava os cromos que as deviam ter escrito, mas sempre na esperança que fosse o Tal...

Nunca era, e eu vingava-me a gozar os que gostavam de mim do fundo do coração e por isso escreviam poemas, enchiam as cartas de perfume, faziam jogos para eu ir ao encontro deles...

Tempo giros, esses.